quinta-feira, maio 24, 2007

Padre Carapuceiro, Orkut, MSN e Flog
Meu bom gosto por historia foi herdado do meu bom e velho pai. Assim como para mim, só para ele muito mais profundamente, Pernambuco sempre foi o cenário favorito das leituras.
Para fazer nós (eu e seu doto Joseh, em menor escala) nos interessarmos pelo tema, papai sempre promoveu uns incentivos a pesquisas, em geral ficha de fliperama, para que nos corrêssemos atrás de determinado assunto.
Lembro uma vez que nos chegávamos ao Shopping Recife, pelos idos de 1992 ou 1991 e paramos para ver o mapa de localização do shopping, cada piso com um nome especifico. Um deles chamado “piso Padre Carapuceiro”. Não deu 2s:
“Quem foi Padre Carapuceiro? Cinco fichas por uma redação sobre ele de 20 linhas”.
Foi punk. Procurei, consultei os livros de historia que eu tinha, perguntei a minha professora de Estudos Sociais (que não sabia), perguntei a minha vó e por ai vai. Nada! É bom lembrar que eu tinha uns 10 anos, não conhecia nada da cidade e não tinha idéias mirabolantes a não ser imitar o Jaspion e o Jiraya.
Finalmente eu fui com um hoje amigo meu(na época amigo de um primo mais velho) a UNICAP e um professor do curso de historia falou a respeito o suficiente para 20 linhas que valeram tres ou quatro fichas para detonar no Street Fighter II

Esse processo todo deve ter levado um mês.
Já se eu fizer a mesma pergunta para a garotada de hoje (livre da influencia do regime censurador de informação), vou ter a resposta em 5 minutos. É digitar no Google, que vai ter material o suficiente para uma redação de 20 paginas nesse mesmo tempo.
Toda essa informação disponível, porcaria ou não, é a maior diferença entre os pirralhos de hoje e os de 15 anos atrás. O grande mistério é o que fazer com tanta informação, cuidando também para que o conteúdo não seja nocivo e que no fim das contas não seja totalmente inútil.
Uma pesquisa rápida entre a turma menor de 15 aqui nos meus contatos no MSN, revelou:
O que você faz mais na NET?
1 - Orkut
2 – MSN
3 - Flog
Musica também foi citada, mas o pior é que trabalhos escolares nem apareceram. Será que os professores não incentivam essas buscas? Ou os mestres não incentivam essas buscas justamente por que utilizam os mesmo serviços dos pirralhos e não conhecem outras ferramentas da rede?
Enfim, exigir que os meninos de 14-15 queiram saber de outras coisas é complicado, mas não custa nada dar incentivos para que eles descubram que existe muito mais coisa lá fora.
Galera: Em 2006 foram produzidos 161 Bilhões de GB informação! Precisamos aprimorar a pontaria para não nos perder nessa vastidão de lixo digital? Ou devemos reduzir um pouco da nossa vasta "produção" de lixo? Mesmo com um publico tão heterogênico, é preciso tanta coisa?
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