domingo, novembro 11, 2007

Automação tira emprego?
Sexta feira eu estava debatendo com meu primo/irmão, seu doto Joseh, a questão da automação retirar vagas de emprego... Ele citou de exemplo às cancelas de shopping centers. Centro de compras enorme, 10 entradas, quatro cancelas por entrada, 80 postos de trabalho. Rua para todos
Uma das coisas que eu não concordo é a tecnologia ser usada para concentração de renda, e quando você troca 80 postos de trabalho por cartões de acesso, é o que ocorre. Mas será que é isso mesmo?
Primeiro que não foram eliminados os 80 postos. O pagamento do estacionamento é feito dentro do shopping, em oito pontos, um em cada saída/entrada para a parte interna do complexo. Cada ponto com quatro funcionários. Quase metade do pessoal.
A linha de produção dessas cancelas depende de peças fabricadas em outros lugares, com componentes produzidos em linhas de produção externas. Além da confecção dos cartões, o qual a empresa vai precisando de mais pessoal para dar atender o novo contrato. A manutenção das cancelas é a mesma, somando a irritante voz “Por favor, insira seu cartão”, demandando mais treinamento e mais professores e estrutura para eles.
Enfim, tudo ligado. Sim, a administração do shopping esta gastando menos com funcionários, mas os empregos na verdade não diminuíram, se tornaram mais qualificados. O custo que a empresa economizou foi dividido com a organização inteira. Ah, o caso descrito não é padrão, mas serve como uma boa vitrine.
O problema é a qualificação. Não se investe em educação e a capacitação é pouca. Quais características você, caro leitor, acha que um rapaz que trabalha em uma portaria de shopping tem? Isso sem falar na carga tributaria gigante de ter um funcionário com CLT. Eu pago R$ 380, mas no fim to é pagando R$ 1140.
Isso pode gerar problemas gigantescos. Os trabalhadores, assim como o século XVIII, destroem qualquer idéia e ate mesmo fisicamente (quebrando e tocando fogo) de automação, sem ter a consciência do todo, porque não tiveram a educação para enxergar.
O governo tem é que investir pesado em educação, mas como nunca (mesmo com uma carga dessas) investe, agente, como diz aquela musica, vai levando...


Os sindicatos correm atrás para que o lucro de quem tenta usar a TI como concentrador, seja compartilhado. A greve dos roteiristas em Hollywood é justamente por isso: maior participação dos escritores nos royalties que são pagos por venda de filmes e seriados através de Dvds e da internet.

Leia mais
Writers Guild of America
A história por 15 decisões

Um comentário:

Malthus de Queiroz disse...

Muito bom texto. Concordo com seu ponto de vista. abraço, meu véi