terça-feira, outubro 19, 2010

Quando eu ainda não estava em casa.
Relato do meio de uma viagem que durou dois dias

Um dia no aeroporto. Mais precisamente 18 horas.

Um saco e tanto. Digo até que sou sortudo. Não só por duas pernas, dois braços, uma cabeça e dois olhos funcionando, etc.

Não, a razão é mais simples. É apenas uma tomada. Para o laptop é claro. Tomadas que por sinal, são difíceis de achar na maior parte dos lugares.

Por exemplo, aqui em Guarulhos, aeroporto mais feio que o de Vitória da Conquista, a única tomada que eu vi e plugei, perto de outra, que tem algo para sentar que o chão e que estava livre (e que eu não precise pagar para usar, além das gigantescas tarifas aeroportuárias) fica no primeiro piso.

As outras duas (dica quente, para os que nunca vem para São Paulo, como eu) ficam no segundo piso, perto do elevador, em duas pilastras.

A falta de bancos próximos a essas tomadas leva a crer que estão lá para alguma maquina de limpeza ou qualquer inutilidade dessas. Se você precisar de uma tomada para notebook e não tiver onde ligar aqui em Guarulhos, alem de não se incomodar em sentar no chão (esperando 18 horas como eu, duvido muito) pegue o elevador, aperte no numero dois e note que a esquerda e direita você tem tomadas (não tem internet free, mas você deve ter uns filmes).

Alias, hoje, saindo desse mesmo elevador, eu recebi o “welcome back”. Uma mulher desesperada chorando dizendo que tinha sido roubada. A bagagem e tal. Seis horas da manha. Bom dia de Guarulhos.

O bicho aqui pega.

Ainda em Frankfurt, eu notei um cara acompanhado por dois policiais entrando no mesmo avião. Deportado? Talvez! Enfim. 11 horas depois, já em São Paulo, estou eu tentando trocar os 14 euros que me restaram (quatro deles em moeda) e todo mundo quer cobrar 10 reais de transação, o que me deixaria um real = 1 euros.

Um cidadão esta na mesma situação. Agente conversa e tal e lá vamos nos procurar outros lugares. Daqui a pouco um velhinho pergunta se agente quer táxi (alias, o traje dos caras é ridículo) e logo depois diz que um amigo compra euros a 2,20.

- Quanto? Mil?

- 60 e 14

- Ahh! Pelo menos 100 para fazer a festa =P

Só pode ser Alzheimer.

Enquanto o cara e eu procurávamos à casa de cambio que não cobra taxa, vamos lá conversando e ele me diz que foi expulso da Bélgica =P

Sim, é aquele cara acompanhado por policiais em Frankfurt.

Enfim, capoeirista e tal. Tinha uma mulher, arrumou outra, vai casar. Bla bla bla.

A coisa importante é que o cara sabia da tal casa e lá vamos nós ao segundo andar.

Descobri que eles só trocam moeda de dois euros e fiquei com quatro inúteis moedas de 50 euros, mas pelo menos eu não paguei taxa.

Gastei 12 reais responder que eu estava bem via facebook. Uma hora. Falei com o co-cunhado e agora papai.

A mulher entrou, falei com ela 2 minutos e a hora acabou. Ela deve estar preocupada.

Comecei a fazer uma coisa que nunca tive tempo, organizar de forma decente o meu casamento.

Excel, grupos de convidados, status, acompanhantes, total de convidados prontamente atualizado. Ainda faltam custos totais e as opções musicais. Ela vai ter mais um motivo de orgulho em mim.

10 horas da manha. Hora do café. 14 reais no bolso. Pão de queijo com café. 2,50 por 30 g de comida e um copo de café. Mas valeu, são 14 e 01 e eu estou sentido fome agora.

Por sinal, meu cartão não esta funcionando.

Eu também gostaria de trocar a cueca, mas acho que não vai ser possível antes do check in, já que não é possível entrar com o carrinho na parte mais privada do banheiro. Também não da para pegar um vôo antes.

Deixar do lado de fora é pedir para ser roubado.

Falando nisso, amarrei as malas ao carrinho, não vai ser tão difícil roubar, eu espero.

Eu também estou preocupado com excedente de bagagem no vôo domestico. Não lembro de ter pago para vir, mas se paguei, estou fudido para voltar.

Putz. Ainda são 14 e 07. Uma linha por minuto. Eu sou um meada de escritor mesmo.

Eu vou ficar aqui ate as 23 e 30. Jesus Cristo.

Vou levantar aqui um pouco. Banheiro. Será eu já to fedendo?

É! E eu não gosto de Guarulhos.

Um comentário:

Malthus disse...

Mermão, que aventura da porra, velho. huahauhau