segunda-feira, janeiro 10, 2011

A informação que vem do centro: Revisando e linkando




O Facebook é policiado por algoritimos, que seguem regras de utilização que ninguém tem acesso, além dos desenvolvedores. Essas regras definem o tipo e freqüência das discretas inserções publicitárias geradas, em um primeiro momento das informações que nos preenchemos. Os formulários  nos fazem encontrar nossos contatos e seguir o que há de novo em suas vidas, através de fotos, vídeos e outras  publicações, achando graça, nos indignando e as discutindo. Os jogos e quizes garantem muita diversão, entre amigos ou desconhecidos, que podem se tornar amigos.

The 2010 Social Networking Map
Mapas das Redes Sociais em
Agosto de de 2010
Versão Senhor dos Anéis
Aliás, as interações são sempre positivas. Um aviso aparece quando ganhamos um amigo, mas não quando ele nós deixa.

No quesito de segurança, outro show. Geo-localização fora do normal e um interrogatório com utilização de fotos é feito afim de provar a nossa identidade.

Existe um correio próprio, simples e que procura evitar spams, contando com a denuncia dos próprios usuários, que relatar as mensagens ofensivas e o site pune e suspende a conta dos suspeitos.

Brecha explorada por todo tipo de ativistas que apelam e organizam por esse método a desconexão de seus adversários políticos e ideológicos. As últimas eleições foram prova total disso. Quem não publicou alguma manifestação em seu perfil e teve um comentário invasivo vindo de um contato em sua página?

Mapa das redes sociais na internet - Dezembro 2010
Hoje a rede conta com 500 milhões de inscritos, dos quais 250 milhões acessam o site todos os dias. Para o mercado de Móbile Commerce, o Facebook é ferramenta para seu sucesso: 200 milhões de pessoas acessam o site através de celulares. A empresa é a maior das redes sociais, englobando várias outras. A inserção do tablet deve aumentar ainda mais o acesso ao site através de dispositivos móveis.

Isso também confirma a utilização plena da geo-localização e o mapeamento dos nossos roteiros e a freqüência às quais os percorremos. E dane-se a privacidade. Os organismos de defesa da vida privada se vêm superados e afogados pelo crescimento exponencial das tecnologias.

Foto representa as conexões entre os usuário do Facebook.
Fonte: http://t.co/V7m0PjQ
Uma comunidade poderosa, quebrada em nichos, com interesses, idéias mutáveis e com forte capacidade de estrago, onde o reconhecimento de padrões é a chave de fortunas. Com tudo isso, uma nova profissão se consolidou, o mediador de mídias sociais.

Outro ponto interessante é que o Facebook é o espelho mágico de nossa época, egoísta e publicitária.



Quanto mais projeção eletrônica de nosso ser reflete a verdade ou desejo, mais nos deixamos embriagar pelo seu reflexo.

É esse um dos aspectos que fazem as pessoas virem para o Facebook. Mas não é o mais lucrativo.

250 milhões de pessoas acessam
o Facebook por dispositivos móveis
A venda de informação, seja direta (negada) ou através consultorias de campanhas para internet e anúncios fazem do Facebook seja o site de custo – beneficio do mundo. A rentabilidade do site é garantida pelos algoritmos que falamos no primeiro parágrafo e ferramentas que utilizam o quadrado “quem eu sou?”, “onde estou?”, “o que gosto?”, “quando gosto?”.
 

E mais e mais ferramentas são adicionadas. A maioria delas passa como inovações triviais. O botão “curtir” pode ser compartilhado em outros sites (que hoje somam um milhão), permite que os engenheiros da empresa monitorem as visitas de 150 milhões de pessoas todos os meses a outras páginas.

Google Buzz começa a emergir
Nesse ponto, o google tem uma vantagem gigante. Através do login, ele grava tudo o que nos acessamos quando logados e reverte isso em filtragens (e assim como o facebook) identificando o seu usuário. Outros serviços, como o Google Buzz, aumentam seu o arsenal para uma guerra que só viu escaramuças, até agora.

A identificação é discussão atual.

O Facebook pode traçar todos os nossos hábitos na web. Quando cruzamos esses dados com outros, temos toda a nossa vida traçada. Home Bankings gravam os nossos acessos e a nossa localização quando fazemos a nossas transações pela internet.

O Facebook e o Google (os dois maiores pontos de controle da rede civil) têm a capacidade de reter esses dados. Ambos suportaram pressões de governos (legais e ilegais, como no caso da China - Google) para liberação dos registros.

Em Maio de 2010, A Time Magazine dedicou
sua capa a problemas de privacidade no
Facebook 
A sua venda direta ou vazamento é um perigo, não só para as duas empresas, que perderiam a sua vantagem competitiva, mas também para os usuários. E uma forte vigilância é permanente, mas por vezes falha.

Em Novembro de 2010, o Wall Strett Jornal, publicou matéria onde revelou que os operadores de jogos do facebook guardaram dados dos usuários. Problema resolvido com tolerância zero.

A verdade é que internet sempre foi vista como uma zona de não direitos pelos dirigentes globais. E em mundo de terroristas e contra-terroristas como o nosso, ser totalmente anônimo é perigoso.

Os governos vão terminar exigindo toda a informação. Sejamos francos, a Receita Federal, já tem os dados do seu cartão de credito e debito, além da movimentação bancaria. Dados do que fazemos na web são o próximo passo nos arquivos governamentais pois eles já estão em instituições privadas. Os arquitetos da informação mais poderosos trabalham para isso.

Vai chegar o dia, que o preço de participar da rede com plenos direitos, é dar a revelar (e concordar) a nossa real indentidade.

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